Era meia noite, os sinos tocavam, o relógio vibrava, era um sinal. Já estava para acontecer; era sexta feira e que por acaso era dia 13. Todos estavam reunidos na sala. A família não era muito grande, eram apenas quatro. O pai se chamava Marcelo e sua esposa era a Cláudia e tinha um casal de filhos, o menino que tinha quatorze anos era o Lucas e a jovem Natália de apenas cinco, que por sinal era a mais assustada.
A casa era enorme, às vezes os visitantes se perdiam dentro dela. Diz uma lenda que por volta de 1870, uma família de ingleses estava de passagem pela calma cidade de São Pedro da Aldeia e resolveram passar uma noite nesta casa. Mas o que todos comentam até o dia de hoje, é que essas pessoas nunca mais foram vistas depois de terem entrado na casa, desaparecendo sem deixar pistas, sumindo em meio à escuridão da velha casa, persistindo este mistério até hoje.
Cláudia sempre pede ao Marcelo para se mudarem, pois não agüenta mais viver nesta casa, mas infelizmente não tem para onde ir e continuam vivendo um terror absoluto naquele lugar que todos falam que é amaldiçoado. Os moradores da casa dizem ouvir gemidos, gritos, barulhos de correntes... Mas isso só acontece quando o relógio marca meia noite e é nessa hora que começa uma festa do outro mundo nessa residência.
O mistério dessa casa se encontra no porão. Ainda sem ser descoberto pelos moradores da casa, o porão é o centro dela, o seu coração. Quando o relógio marca meia noite, cinco almas saem da escuridão e surgem no meio daquele pequeno lugar, apertado, mas que para eles é um lugar maravilhoso. _Acredito que são os mesmos ingleses de 1870 e que por algum motivo mais misterioso ainda, ficaram presos naquela casa e nunca conseguiram sair. Para eles, os atuais moradores da casa são intrusos. Fazem isso toda noite no intuito de os expulsarem, para viverem somente eles dentro da casa e ninguém mais.
Ouvi uma conversa de Marcelo com os filhos, dessa vez a Cláudia conseguiu convencê-lo. Realmente, depois da ultima noite não possuem mais condições de viverem naquele lugar. E com os atuais moradores de saída, os “verdadeiros” donos da casa prometem uma festa ainda maior.
Finalmente os quatro saem da casa dizendo que nunca mais voltarão. Já os cinco ingleses que residem lá há mais de 140 anos começam a gritar. Enfim a casa é deles, mas por pouco tempo, pois logo irão colocar uma placa de vende-se e novos “intrusos” chegarão. Mas por enquanto a casa é dos cinco, como sempre foi.
Autor: Petterson Rezende Cardoso.
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