Eram 22h de quinta feira e eu e meu primo Nickson saíamos da natação. Normalmente, como em todas às vezes, se dirigimos ao carro, onde eu iria dirigir. Entramos e saímos do estacionamento em direção a nossa casa. A rua estava deserta e só se ouvia barulhos bem longe, como se aproximando aos poucos. Quando percebemos que a gasolina estava acabando e acreditamos que daria tempo de chegar ao posto mais próximo antes que ficássemos sem combustível. Entramos na pista e torcendo para dar certo, mas o que nos esperava era arrepiante e assustador e mal sabíamos o final de noite que teríamos.
Nesse exato momento, em outro lugar da cidade estava tendo um ensaio no teatro municipal da cidade de São Pedro da Aldeia, onde o Nickson fazia aulas, algo muito intrigante estava prestes a acontecer. Enquanto isso, nos aproximávamos do posto de gasolina, ansiosos para nosso plano dar certo, mas infelizmente, a alguns metros do posto, a gasolina acabou.
Nesse momento, pensamos que demos sorte de a gasolina ter acabado em frente ao posto, pois era só sair do carro, comprar e trazer numa garrafa com a gasolina, colocar no carro, e ir para casa feliz da vida. Mas não era tão simples assim, e nesse instante aconteceu algo que mudou o rumo de nossas vidas naquela noite, não somente de nós, mas de todo o Brasil.
Houve uma pane numa torre em Brasília, e em todas as cidades do Brasil houve falta de luz. Agora imagina a cena, na hora que fecho o carro para atravessar a rua e comprar a gasolina, ouço um estouro. Buuuuuuuuuuuul... O pessoal começa a gritar na rua, derrepente olho para o Nickson que com cara de assustado sai gritando na pista: “O mundo ta acabando!!!! Ta acabando!!!! Eu olho para ele sem entender muito o que esta acontecendo e peço para ele manter a calma. Meio desconfiado atravesso a pista e peço a gasolina no posto, quando um dos caras que trabalham la, olha pra mim, e meio querendo rir da minha cara diz: _Ae mano, ta ligado que tu teve muita sorte ao acabar a gasolina perto do posto, mas teve muito azar que na hora que ia abastecer acabou a luz e o posto não funciona sem ela, sinto muito. Essas palavras soaram como um soco de três dedos em minha cabeça. Teríamos que ficar esperando a luz voltar, se ela voltar.
No teatro, estava tudo indo normal, como em todas as aulas de quinta feira à noite, quando acontece da luz terminar e todos ficarem no escuro. Dois rapazes que estavam fazendo figuração na peça resolveram sair para pegar uma lanterna que tinham num carro, quando derrepente, um deles sente passar um “vulto branco” numa grande velocidade perto deles em direção ao teatro. O rapaz ficou muito assustado e o outro resolver entrar logo para acalmar o nervosismo do outro. Daí quando estão entrando no teatro, o guarda municipal que estava na porta perguntou a eles se eles tinham visto alguma pessoa entrar no teatro, porque como um dos rapazes que sentiram o vulto, o guarda municipal também sentiu. Ao entrarem e contarem a história para o resto do pessoal, todos pegaram suas coisas e saíram o mais rapidamente possível do Teatro, ouviram um ruído que vinha lá de dentro, e muito assustados foram embora, deixando o pobre do guarda sozinho lá em meio à escuridão.
Nessa hora, já estávamos exaustos de tanto esperar a luz voltar e de tantas tentativas em vão de conseguir realizar uma ligação, pois só dava fora de área, e a bateria do celular estava acabando (só teve um momento que conseguimos realizar uma ligação, foi pra namorada do Petterson, pois ela estava esperando ele para jantar na casa dela). Nickson teve uma brilhante idéia, de irmos para a casa de um parente que morava próximo ao posto. Fechamos bem o carro e colocamos em um lugar seguro (um maluco ajudou atravessar a pista empurrando o carro, num momento o carro quase bateu no poste, mas rapidamente eu consegui puxar o freio de mão).
No caminho para a casa de nossa tia, um sinal que Deus estava conosco. Meu pai conseguiu entrar em contato comigo. Eu disse onde estava e que íamos à casa de nossa tia. Uma hora depois, meu pai chega de carona com um vizinho, com um galão de gasolina nas mãos. Chegamos em casa por volta de 2h da manha, cansados, com fome (comemos sopa na casa de Nickson) e muita história pra contar.
História real
Contada por Petterson Rezende Cardoso.
Sem comentários:
Enviar um comentário